domingo, 5 de abril de 2009

a culpa para a psicoanálise



PARTE 1


O que é a culpa?

A culpa é um fenômeno muito complexo e que varia segundo o campo a partir do qual seja considerada.
Ao mesmo tempo, é um tema central da religião – nascer com pecado é algo que toca todos os humanos em sua própria condição.
No mito de Adão e Eva ela tem distintas origens: a culpa e o castigo consequente em razão de um pecado sexual, em razão de uma desobediência, de uma ambição, qual seja, querer ser como deus.
A culpa traz sofrimento.
Por outro lado, o culpar o outro do acontecido se relaciona com a assunção da culpa.
O que não se ausenta é a culpa. Ou é de um, ou é de outro.
O neurótico sofre da culpa até a levar a níveis de verdade, ou chega a atribuir tudo o que lhe acontece a ela.
Por culpa perde dinheiro, por culpa se castiga em fatos cotidianos...
A psicoanálise transforma a culpa comum num sentimento inconsciente de culpabilidade. E então se põe em dúvida a verdade que o neurótico assume com ela, porque até se fala de delinqüentes por sentimento inconsciente de culpabilidade, como dizer que a culpa os arrastou ao delito, que a culpa seria a culpada.

Até o próximo domingo com o tema “O que é que pagamos pela culpa?”.

Marcela Villavella

Um comentário:

Anônimo disse...

O peso da culpa, eis um tema que navega pelas salas de atendimento dos psicoanalistas. Creio eu. Na porta, nas paredes, no divã, a culpa como marca profunda. Só quando se olha pela janela a culpa parece menos sedenta e menos voraz de nossas almas. É nesse instante que se pode desejar e sonhar. Quando se olha pela janela...
Sonharei com o domingo.

Fernanda Nunes