CANTO À FORÇA SINDICAL
(continuação)
IV
ME induzem a penetrar nas oficinas em que obreiros tipógrafos
colocam grises sílabas em pranchas e molduras.
Aqui a força sindical logra crescente fragor de oceano
que move sem cessar as tubulares rotativas.
As ondas deste mar tipógrafo são páginas
de branquíssimo papel que inunda as metrópoles
e se retira semelhando às marés,
para volver a afogar as casas, as ruas, os estadios,
com a velocidade de suas cronologias.
Que preludio tão sublime o dos linotipos e das prensas!
Que ritmo tão dinâmico o das engraxadas engrenagens!
Quanta beleza nas ustorias lâmpadas e espelhos de aluminio
que distribuem equações de calor e seivas de súlfur!
Aqui as árvores são discos enormes rateados
e laboráveis folhas sua balsâmica madeira.
Se ouve correr os rios em cujas margens cheias de tórridos pássaros
crescem as plantas de onde flui a substantiva celulosa.
Todo diluvio aqui se escuta.
Todo furacão aqui distende-se.
O golpe das marretas que partem hexágonos graníticos,
repercute sob o aço destas abóbadas donde os relâmpagos tem menor velocidade que a noticia
Aqui a ordenadora força sindical é branca república
dirigida pelas fontes sinfônicas do homem.
E quando as janelas desta fábrica impressora se abrem ao sol e ao vento,
fogem os imortais livros como martins-pescadores
ou espumas separando-se dos nitrados promontorios.
Os livros imortais
que divulgam a virilidade dos proclamas e dos cantos de Píndaro.
(continuará)
ME induzem a penetrar nas oficinas em que obreiros tipógrafos
colocam grises sílabas em pranchas e molduras.
Aqui a força sindical logra crescente fragor de oceano
que move sem cessar as tubulares rotativas.
As ondas deste mar tipógrafo são páginas
de branquíssimo papel que inunda as metrópoles
e se retira semelhando às marés,
para volver a afogar as casas, as ruas, os estadios,
com a velocidade de suas cronologias.
Que preludio tão sublime o dos linotipos e das prensas!
Que ritmo tão dinâmico o das engraxadas engrenagens!
Quanta beleza nas ustorias lâmpadas e espelhos de aluminio
que distribuem equações de calor e seivas de súlfur!
Aqui as árvores são discos enormes rateados
e laboráveis folhas sua balsâmica madeira.
Se ouve correr os rios em cujas margens cheias de tórridos pássaros
crescem as plantas de onde flui a substantiva celulosa.
Todo diluvio aqui se escuta.
Todo furacão aqui distende-se.
O golpe das marretas que partem hexágonos graníticos,
repercute sob o aço destas abóbadas donde os relâmpagos tem menor velocidade que a noticia
Aqui a ordenadora força sindical é branca república
dirigida pelas fontes sinfônicas do homem.
E quando as janelas desta fábrica impressora se abrem ao sol e ao vento,
fogem os imortais livros como martins-pescadores
ou espumas separando-se dos nitrados promontorios.
Os livros imortais
que divulgam a virilidade dos proclamas e dos cantos de Píndaro.
(continuará)
Germán Pardo García (Colombia - 1902, México - 1991)
*Quadro de Miguel Oscar Menassa (Catarata Marina)