quarta-feira, 1 de abril de 2009

recortes de psicoanálise


1974 – BUENOS AIRES

EDITORIAL REVISTA “GRUPO CERO” N° 0

1 – A psicoanálise tarde ou cedo recorre à poesia?

Para a poesia, não foi ou é necessário.

2 – A psicoanálise em sua prática supõe um contrato com a cultura?

A poesia sempre é um ato contracultural, aproxima-se da natureza, tem relação com o humano.

3 – Do psicoanalista se exige dedicação?

Do poeta se exige dedicação e talento.

4 – Palavras que tarde ou cedo reconstruirão uma imagem primitiva?

Palavras que tarde ou cedo construirão uma nova imagem.

5 – Experiência na qual a ninguém se lhe quebra definitivamente o coração?

Se tudo está destruído quando se começa, não cabem dúvidas, a possibilidade é poética.

6 – Entre a psicose e a poesia existe um abismo?

Para a poesia o mito é sua diversão e não seu destino.

7 – A psicoanálise permite optar?

A poesia não dá alternativas.

8 – Um bom psicoanalista tarde ou cedo ganha o dinheiro suficiente como para pervertir sua bondade ?

Os bons poetas não existem, a condição essencial para o exercício poético é a crueldade.

9 – Ao psicoanalista se lhe pede sempre o mesmo, quer dizer, repressão?

Quando a poesia estala em mim, a reconheço, sou um prazer infinito.

10 – O psicoanalista tem salvação?

A poesia sabe de sua escravidão. A salvação não tem sentido.

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