segunda-feira, 28 de setembro de 2009

CADÁVER ESQUISITO

Grupo de Poesia (26.09.2009)

as palavras pululam no caderno
minha voz rouca apressa a escrita
além de duas caixas, um sofá
conto as palavras e números
que caem na primavera
no passar dos papéis surge
o coringa em pleno dia

atacado era o tempo azul
palavras caem dentro dos versos
as vozes nos cantos ecoam
forte crime entre linhas
bota tira tira rei
as estrelas se penduram
nos galhos das árvores

- você também pode ser integrante
deste Grupo de Poesia
(ligue e se inscreva)
sábados às 11horas -

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

POESIA CERO


ORLA

Te devo um poema
ou uma orla
ou uma areia mais cálida
ou um mar mais tranquilo.
Te devo um verso
com teu nome
com o morno de tua pele
com o calor que pudemos
ou com o gelo eterno do que nunca podemos.

Te devo una frase,
um silencio,
um passo de dança,
um espelho,
um talismã.
Te devo um futuro,
um caracol marinho,
uma historia.
Tenho uma cegueira congênita
para ver de perto.
Tenho uma dívida impagável
com a vida que me deste.
Te devo dever-te.
Te devo.
Ver-te.

Poema de Marcela Villavella
acompanhe seu blog http:\\latramamericana.blogspot.com

sábado, 12 de setembro de 2009

CADÁVER ESQUISITO

Abraço do Vento - Miguel Oscar Menassa

Canto aberto ao sol, poesia.
Do coração para o coração
que dor de cabeça,
mas que poema bom que eu li
Fiquem atentos e cubram-se de poesia
Poesias não são para crianças.
Então porque obrigá-las a decorar poesias?
Sedução...
As incertezas do amor...
Por quê?
Se já os são.
Estamos infinitamente estendidos
Sofremos quando amamos
e um navio afunda no cemitério do tempo

Noite onde a voz humana
conhece o país onde os limões florescem?
e um feiticeiro cinza me enfrenta ao amanhecer
A vida nos reserva muitas surpresas
Arte óética e os tormentos
Não sabia, que as traduções podem ser
tão comoventes como o original. Ou mais.
Deixa a poesia me levar...
Meu Deus, qual é a solução??
Fim


(Cadáver Esquisito - realizado no Sarau 4 Movimentos da Poesia
homenageado: Goethe - parceria entre o Grupo Cero e o Instituto Goethe
onde também Miguel Oscar Menassa conversava com Goethe
através de seus poemas do livro Yo Pecador)
Cadáver Esquisito é um exercício poético que os surrealistas praticavam
cada um do grupo escreve algo e sem que o outro veja, o outro escreve algo,
e assim por diante. E assim se escreve entre várias mãos. Neste caso, todos os
participantes do Sarau interviram neste "Cadáver Esquisito".

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

POESIA saindo do forno CERO

Grupo de Poesia – 05/09/09


MENTIRAS GENTIS

"Sua pele está linda
e seu cabelo tão sedoso"!
- disse a netinha
para a vó vaidosa
na festa de seus 90 anos.
E o rosto amarfanhado
da vozinha
reagiu
em ressonância
com as mentiras gentis
da menina
abrindo um largo sorriso
que iluminou
os cabelos de prata da anciã
e alisou
docemente
todas as suas rugas!

Fátima Graziottin

Venha participar também deste Grupo de Poesia
todos os sábados às 11h
"desperte o poeta que em ti habita!".

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

PSICANÁLISE E POESIA NA RÁDIO PAMPA


Hoje, a partir da meia-noite na rádio Pampa AM (970kHz), conversaremos sobre psicanálise e poesia. Psicanálise: assuntos cotidianos com possibilidade de leituras diferentes.
E a poesia dos grandes poetas nos brindará com novas e diversas versões sobre o humano, sobre o que é valor, o que é a vida.
Com as psicanalistas do Grupo Cero Lúcia Bins Ely e Barbara Corsetti.

"A escritura é o menos nosso que temos, é ela inteira, toda para o futuro."
Miguel Oscar Menassa
Aproveite essa onda sonora e participe ligando e fazendo suas perguntas ao vivo!
Ou acesse através do http://www.radiopampa.com.br/!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

POESIA saindo do forno CERO


Grupo de Poesia 29/08/09

PÉS DE PRATO

abandona tua noiva
na esquina da terra
onde o campo

é morte

e o homem
foice de sementes
dobradas

marcha contra
o amanhecer
de cada arroio

buraco de espumas
a alimentar cântaros
com o sabão da água

na unha da lavadeira
há uma longa corrida
sobre pés de prato

pranto da tarde que
recebe do pescador
dois peixes nascidos de
um cadáver aos cacos

Eliane Marques


Você também pode vir despertar seu poeta,

num trabalho grupal:

Grupo de Poesia de sábados às 11h

continua aberto a novos integrantes!




quarta-feira, 2 de setembro de 2009

2001 NOITES - desde Menassa!

NOITE 567

Sou o cantor, lhe disse sorridente,
não tenho nada a perder, só meu canto.
Assim que você e eu podemos nos beijar,
pisar forte na terra, voar mais alto.

Eu sei que não é decente amar a vida tanto,
que não é honesto, sincero, querê-la para mim.
Que o infinito fogo deve ser apagado,
que o inquietante desejo deve morrer.
E, no entanto, você e eu poderíamos
fundir-nos levemente no abismo,
encher todo o abismo com meu canto.

Ainda que em verdade ninguém queira isso,
viver poderíamos viver mil anos,
eu seria o cantor e tu, meu canto.

Miguel Oscar Menassa
(do livro “Las 2001 Noches”)
Escute e leia mais poemas deste livro no:
SARAU 2001 NOITES desde Menassa
em homenagem a Drummond
nesta sexta-feira às 19h
na sala Luís Cosme
na Casa de Cultura Mario Quintana
(4º andar)