domingo, 19 de abril de 2009

a culpa para a psicoanálise

(Prometeu, de Caravaggio)


A culpabilidade é um sentimento?

O sentimento de culpabilidade não se deriva de nenhuma experiência vivida ou acontecida, senão de um afeto produzido pela estrutura.
Pensar a culpa como o faz a psicoanálise, como sentimento inconsciente de culpabilidade, permite associar o crime com o castigo.
Em Totem e Tabu, Freud mostra que um crime primordial, dos filhos contra o pai da horda primitiva, marca a origem da lei e funda, ao mesmo tempo, um sentimento inconsciente de culpabilidade.
No seminário de a Ética da Psicoanálise, Lacan diz que esse assassinato foi em vão, por que a ambivalência põe a descoberto após o crime, por um lado, o amor ao pai que empurra à culpa, e de outro, à obediência retroativa. Dessa maneira, o amor ao pai se torna o reverso do supereu.
O pai ideal do freudismo será questionado por um pai que morre por seus próprios pecados, como dirá Lacan, no pai de Hamlet, ou retomando o sonho do pai frente ao ataúde do seu filho morto. Quiçá a culpa tenha o caminho da identificação com esse pai, tão severo ... ser mais severo que o próprio pai, ou ser severo pelas faltas do pai.

Até o próximo domingo, com as razões os sem razões da culpabilidade.

Um abraço,

Marcela Villavella.

2 comentários:

Mara faturi disse...

Dio mio...eu leio, tento entender, mas isso é complexo demais meninas;)!! bem, tenho que me resignar, minha praia não é a psicanálise, rs,rs....mas, vou insistir, tentando sempre:))
bjos sem culpa!!

Unknown disse...

Cara Mara Faturi:
El poeta no teme a lo complexo, insiste, pone nuevas palabras.
Tentar siempre es una manera de saltar a culpa, criar o novo.
Un abrazo desde Buenos Aires
marcela villavella