quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

POEMA DE BOLSA

(Separação, de Edvard Munch)


REDE

(de Anelore Schumann)

Passei a vida
conforme fui ensinada,
vivi meus antepassados,
agora, velha,
sou minha mãe e minha avó.

Não me alimento de nada,
além de arroz e feijão:

a mesma comida
os mesmos afazeres
as mesmas amizades
as conversas de sempre

Passei intacta a vida inteira.

Ainda haverá vento incerto?

Haverá ainda amor para meu tempo?

Um comentário:

margarida disse...

O poema "Rede" da Anelore Schumann traz a possibilidade de tecer a rede...
É só permitir-se
Ir à busca,
nem que seja do inusitado
Descobrir a importância de
ansiar por algo mais...

E encontrar com quem continuar tecendo a rede...