terça-feira, 27 de janeiro de 2009

VERSO B

PALAVRAS

Machados,
Após cada pancada sua a madeira range,
E os ecos!
São ecos que viajam
Do centro para fora como cavalos.

A seiva
Brota como lágrimas, como a
Água a esforçar-se
Por recompor o seu espelho
Sobre a rocha

Que pinga e se transforma,
Uma caveira branca
Comida pelas ervas daninhas
Anos mais tarde
Encontro-as no caminho

Palavras secas e indomáveis,
Infatigável som de cascos no chão.
Enquanto
Do fundo do charco estrelas fixas
Governam uma vida.

(de Sylvia Plath, do livro “Ariel”, Relógio D’Água Editores, 1996, p. 173)

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