segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

CONFÁBULAS

(Escriba Sentado, Egito, IV Dinastia, 2620-2500 ac)

ESFINGE

(de Lúcia Bins Ely)

Cabisbaixo, ventava. Eram destroços de planetas outros que lhe entravam pelos poros. Avistara um sem não no ouvido daqueles viandantes. Navegava um estrondo atrás do outro e assim as ondas da atmosfera o deixavam cheio de nomes. Correspondia nomear ainda aquele sangue que percebeu fugir das árvores quando um nome chocando-se com o outro, soava luz. Aproximou-se das raízes de letras que umedeciam as flores e jardineiro fez perdoarperdurar as dúvidas das gentes cósmicas, que por ali rondavam. O orvalho pedregoso escreveu-lhe um enigma: Como pode um coágulo resistir a tantos estouros? Como pode arrebentar um nome e, logo adiante, alçar um vôo se, no meio da sementeira, a eternidade das mãos deixa rastros de um insabido homem.







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