domingo, 10 de maio de 2009

sessão desvelada



Luís, 40 anos.
Médico cardiologista. 1 filho. 1 pai. 1 mãe. Vários tios. 1 ex – esposa. 1 namorada atual: Marita
- Entre Luís, boa tarde.
- Hoje estou extenuado. Operei toda a manhã e ao meio dia Marita apareceu no Hospital... Quase morro!!!
- Não é um pouco exagerado morrer por que se viu a namorada no lugar de trabalho???
- É que eu saía da sala de operações conversando intimamente com uma colega e ela me viu e teve um ataque de ciúmes ali mesmo!!!
- Então, tu quase morres ou quase a matas?
- Bom, matar… Morrer… em meu trabalho é coisa de todos os dias... porém um ataque de ciúmes... Isso não se aceita assim “nomais”!!!
- Por que? Os ciúmes são da vida. Tu não sentes ciúmes dela??
- Sim… não… não, sinto ciúmes… e ademais nunca teria um ataque de ciúmes, por que me parece algo excessivo para mim: sou um médico!!! Faço muitos milagres diariamente. Curo corações!!! Todos me respeitam e ela entra e me começa a gritar diante de todo o hospital!!!
- O coração dela tu não curaste e, como por reação, me parece que tu o feriste!
- Estou destroçado… não quer mais ser minha namorada... então pensei... Tu não podes lhe chamar por telefone e lhe dizer que quer falar com ela, e lhe explicar que é muito difícil e muito comprometida a vida de um médico cardiologista, e que muitas vezes há uma intimidade com os colegas para se defenderem juntos das proximidades da morte, e que eu a quero, porém, me sinto seduzido por todas as mulheres, e que ela tem que compreender e aceitar que voltemos a estar juntos por que nunca terá um noivo melhor que eu em todo a sua vida!!!
- Luís, teu coração está batendo de forma estranha, e vou te decepcionar: EU NÃO FAÇO MILAGRES, continuanos na próxima.


Marcela Villavella

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