sexta-feira, 1 de maio de 2009

+ psicoanálise

(Van Gohg)


Mas o que não é mito, e que Freud no entanto formulou tão logo formulou o Édipo, é o complexo de castração.
Encontramos nesse complexo a mola mestra da própria subversão que aqui tentamos articular com sua dialética. Pois, propriamente desconhecido até Freud, que o introduz na formulação do desejo, o complexo de castração já não pode ser ignorado por nenhum pensamento sobre o sujeito.
Na psicanálise, sem dúvida, muito longe de se haver tentado articulá-lo mais cedo, foi precisamente em não compreender a razão dele que houve quem se empenhasse. Eis por que esse grande corpo, muito parecido com um Sansão, fica reduzido a girar a mó para os filisteus da psicologia geral.
Seguramente há nisso o que se chama um osso. Por ser justamente o que expomos aqui: estrutural no sujeito, o complexo de castração constitui neste essencialmente a margem que todo pensamento evitou, saltou, contornou ou encobriu, todas as vezes em que aparentemente conseguiu apoiar-se num círculo, fosse ele dialético ou matemático.


(Escritos, Jacques Lacan, Campo Freudiano no Brasil, Jorge Zahar Editor, p. 835)

2 comentários:

Mara faturi disse...

AFF, COMPLEXIDADES ESSES COMPLEXOS;))
*Linkei o blog de vcs ao Per-Tempus:)
bjos

Lúcia Bins Ely disse...

Gracias, Mara!
Agradecemos o carinho pela poesia.
Que bela esta trama entre blogs!!!

muchas gracias, querida,
um forte abraço,
Lúcia