terça-feira, 12 de maio de 2009

Diário de um Psicoanalista




10 de julho de 1977


Quando foi necessário crescer e se disciplinar
cresci e coloquei a nostalgia em minha mirada.
A disciplina vem sozinha.

Aprendi a mirar de lado
a provocar catástrofes e a rejuvenescer.
Me deram um diploma.

Algumas pessoas vem me perguntar pelo
crescimento e pela disciplina.
Digo-lhes que o diploma guardei
na gaveta da escrivaninha onde guardo
a fotografia dos mortos.

Decidi, então, ter mais valor,
praticar um esporte violento.
Voltar às luvas. Ser um triunfador.

Escrevi alguns poemas sobre isso.

Do passado ficou esquecida no rosto
minha mirada de estúpido.
Do passado,
me ficou a cadência.

Depois
fui tirando de minha cabeça o sol,
as tontas ilusões.

(De Miguel Oscar Menassa in El Oficio de Morir - Diario de un
psicoanalista. Bibioteca Nueva, Madrid, l983)

Um comentário:

Mara faturi disse...

Adorei este poema;)
é belo tirar da cabeça o sol ...
bjo