quinta-feira, 14 de maio de 2009

diários

BRECHT
12 DE NOVEMBRO DE 1921

É uma cidade cinzenta, uma boa cidade, eu perambulo. Como faz frio, aguente! Almoço na casa de Warschauer, à tardinha pão com linguiça. Faço baladas. Estou só. Convido He para o teatro, na primeira vez ela não pode, na segunda recusa ao telefone. As descortesias me afetam mais que as vulgaridades, não telefono mais. Em primeiro lugar os sentimentos dela devem ter se esgotados, mal conservados que estavam; em segundo lugar, ela caiu na aritmética da baixeza e em terceiro lugar a qualidade dela é de segunda. (Há pouco tempo ela me disse: “Amei Mast, XY e Gert Ilo” – e depois a mim, claro. E está sempre atrás de alguém!) Mas parece forte e saudável, melhor do que estava comigo, isso é o importante.

(Diários de Brecht, Diários de 1920 a 1922: Anotações Autobiográficas de 1920 a 1954Trabalho, L&PM Editores, Porto Alegre)

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