domingo, 24 de maio de 2009

poema de bolsa

Do ar, Rio da Prata

Barro unha oriental
Abismo estrela de ilhas
Negro rastro de barcos
Arcos de fundo viver
Tesouro leito sem causa
Mais que te mentir
Voo

Rio da prata
Frío fio de uma nuvem
tempo do relógio que não passa
e daqui a água tranquila
e o desejo de chegar
e o medo do depois
da indecisão,
da fissura de teus olhos fechados
de teus lábios serrados
deste jardim aquático de onde te vejo.

Hoje é história antiga todas as histórias
São látegos de gelo todos os minutos que estou longe de ti
E cristal o passo dos dias
E metal o calendário
E já não está aquí
Nem comigo
E já não há base do céu
E já voo perto de tua mansão
Da dimensão que tomaste
De teu dúplex aéreo
gramado e nome
Hoje levo esta tiara
E os anéis da rainha russa
Levo as mãos carregadas de presentes
E volto a cada tanto
a este céu
a esta eternidade.

Os caminhos do adeus
Estão fechados.
Marcela Villavella

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