quinta-feira, 14 de maio de 2009

+ psicoanálise

LENDO FREUD E LACAN

O cristianismo é, em certo sentido, um verdadeiro avanço feminista, pois na religião judia, da qual ele provém, a mulher não pode falar diretamente com Deus. Quem fala diretamente com Deus é apenas o homem.
Assim, essa religião dá um passo fundamental por que possibilita que a mulher fale diretamente com Deus pelo fato de poder ser mãe. A partir daí, a psicoanálise diz que metade da mulher ingressa na história do homem.
A dialética que a mulher não suporta, não entende e não pode acomodar, é a maternidade – sexo. Essa dialética que a completa.
Para o cristianismo a mulher será humana se for mãe. O problema ocorre, então, quando a mulher começa a produzir sua palavra a respeito do que lhe acontece e, desgraçada ou afortunadamente, o pontapé inicial neste processo de liberação é dado pela psicoanálise, por que é a primeira vez na história da mulher ocidental que, a partir de um aparelho teórico-prático, político-ideológico – movimento psicoanalítico – se pede a ela, se exige dela que para ser tem que falar e escrever. Antes da psicoanálise, isso estava proibido para a mulher.
Ela nunca havia recebido essa ordem.

(de Miguel Oscar Menassa. inN: FREUD E LACAN – FALADOS – 1. Grupo Cero, Porto Alegre, 2007, colaboração da psicoanalista Lúcia Bins Ely)

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