terça-feira, 24 de março de 2009

verso b


Tia Helen

(T. S Elliot)

A senhorita Helen Slingsby era minha tia solteirona,
E morava numa casinha próxima a um quarteirão elegante
Sob os cuidados de quatro serviçais.
Ela acaba de morrer e houve silêncio no céu
E silêncio no seu cantinho de rua.
Cerraram as persianas e o agente funerário esfregou-lhe os pés
- Ele sabia que esse tipo de coisa já ocorrera antes.
Os cães tiveram generosamente garantida a sua subsistência,
Mas logo depois o papagaio também morreu.
O relógio de Dresden continuou seu tiquetaque sobre a lareira,
E o lacaio sentou-se à mesa de jantar,
Aconchegando nos joelhos inchados a segunda criada
- Ela que fora sempre tão carinhosa enquanto sua patroa era viva.

Um comentário:

Mara faturi disse...

interessante texto de Elliot;)
bom gosto...