domingo, 8 de março de 2009

sessão de psicoanálise

(obra de Diego Rivera)


Começar a pensar o nome do pai


Para pensar o nome do pai teremos de elaborar muitos dizeres, andar por caminhos complexos e impuros. Porém, se partirmos da frase “o pai está morto”, as impurezas nos levam a pensar “ a morte do pai” desde a frase de Nietzsche: “Deus está morto”. Essa frase, em si mesma, não nos convence. A primeira base para prová-la é a enunciação de Freud como interpretação analítica de que a religião repousaria sobre algo primário no qual o Pai é reconhecido como merecedor de amor.

É o indício de um paradoxo concernente ao fato de que, em definitivo, a psicoanálise preferiria preservar o campo da religião: “Deus está morto”, derivaria na lei, se consolidaria mais.

Na frase do velho pai Karamazoff: “Se deus está morto, então tudo é permitido” a conclusão que se impõe é que “Deus está morto, então, nada mais está permitido”. Então? ... Seguimos falando sobre o tema na próxima vez.

Marcela Villavella, psicoanalista e poeta

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