tempo de ouro quebrado
(de Barbara Corsetti)
Antes silêncio
Agora ilusão de aranha
Mais uma sobra no canto
Ali
Ali
Ligeira e atenta
Apalpando luvas e folhas
lineando mais uma febre
Cada dedo estala todas as vozes
Filho do lúgubre cheiro
Verte caixas esmaltadas e tijolos antigos
Eleva mais um elefante
Carroças inteiras de peixes ilustres irão à festa
Banhados de laranja e perfumados em pimenta
Cada um será levado
A outro endereço
Cada um seguirá
o descartado de ontem
Uma curva ingrata despencou
e o verso?
O verso que brindou o urso dos tempos
É deixado ali
às rainhas árvores
“que elas escondam os medos nas sombras”
Esse é o pedido do medo
que viu na árvore
o pôr do sol lento dos tiros
Sem pressa
e ainda pensa que chegou ao fim
o mapa
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