terça-feira, 3 de março de 2009

outra poesia








tempo de ouro quebrado

(de Barbara Corsetti)



Antes silêncio


Agora ilusão de aranha


Mais uma sobra no canto

Ali
Ligeira e atenta
Apalpando luvas e folhas
lineando mais uma febre

Cada dedo estala todas as vozes

Filho do lúgubre cheiro
Verte caixas esmaltadas e tijolos antigos

Eleva mais um elefante

Carroças inteiras de peixes ilustres irão à festa

Banhados de laranja e perfumados em pimenta

Cada um será levado

A outro endereço

Cada um seguirá

o descartado de ontem


Uma curva ingrata despencou


e o verso?


O verso que brindou o urso dos tempos


É deixado ali


às rainhas árvores

“que elas escondam os medos nas sombras”


Esse é o pedido do medo

que viu na árvore


o pôr do sol lento dos tiros

Sem pressa

e ainda pensa que chegou ao fim

o mapa










Nenhum comentário: