quinta-feira, 12 de março de 2009

diários



BRECHT
abril, 1921

24, domingo

Mais uma vez sozinho. Cas me arrasta pela galeria de quadros, onde eu rio todo tempo, Otto derrama café em mim, chove, e as coisas parecem ajeitar-se na neblina. As árvores são verdes, tem um casamento no outono e antes o batizado da criança. O pai é um gênio, a criança está com roupa nova, o Taiti é uma bela região. O filme comporta-se com teimosia, se der leite, Bi poderá passear de pijama. Quem pergunta o que é melhor?
Um segundinho que vou deitar na grama!
Chove nas árvores, mas eles gritam sem parar nos botes de madeira no lago. Tomei café com Heilgei, agora toco violão com Hartmann. A vida segue assim.

(do livro “Diários de Brecht - Diários de 1920 a 1922, Anotações autobiográficas de 1920 a 1954”, Organizado por Herta Ramthum, tradução de Reinaldo Guarany, Porto Alegre, L&PM, 1995, p. 84)

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