domingo, 15 de março de 2009

poema de bolsa 1



Cry for me

(de Marcela Villavella)

Fragmentos,

minutos e segundos

o tempo se dilui...

é água, nunca ar.

O tempo é água

water

time

war

wedding money,

guiness record do relógio

surprise stop

en el camino de la vida

violenta máquina

de água

clepsidra de las horas

arrecifes de minutos

mania de viver.

O tempo é água,

água,

os dias são água

os pássaros que migram são líquidos,

aquáticas estações

nos levam.

O começo é de agua,

plácido flotar com o tempo contado;

gota a gota, a vida efetiva, e

ao final, a água

torrencial pranto

e sepultura.

Os mares se separam,

as gotas de chuva se juntam ao final...

e batemos contra esse frio cimento que nos cobre...

a terra, sim, a terra molhada

cry cry cry

ay ay ay

nossa juventude se escorre,

e o tempo?

Não, o tempo não.

Se escorrem as vozes,

a vida de alguém

se escorre.

Se abrem as bocas de tormenta

todas de uma vez.

E caio,

no pequeno vaso de água

que me deu Tuñón.

Me afogo,

me falo

me extirpo uma palavra

me opero

me mutilo

me chamo

me busco

e não me encontro mais.

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