quarta-feira, 22 de julho de 2009

psicoanálise em recortes

MELHOR FALAR II

Há algo indecifrável. O gozo no corpo do outro é indecifrável. Em seu ancorar no desejo inconsciente, que seja indecifrável não implica que seja irreconhecível, já que existe essa potência desejante, esse discurso do Outro suspenso na constituição e na sexuação de cada sujeito.
A transferência é a posta em ato da realidade do Inconsciente enquanto é sexualidade, ou seja, a sexualidade está presente e em ação na transferência, quer dizer que para a escuta analítica, não há deciframento.
Há pontuação, silabação significante, interpretação. E não há sentido oculto prévio que deverá “emergir” do decifrado.
Há produção metafórica e metonímica.
Um poema não se pode reduzir a um discurso da racionalidade.
Na dimensão inconsciente o saber tem eficácia e pontuação, na situação analítica não há busca exitosa. O real irrompe, daí sua impossibilidade, não se pode buscar, não se pode encontrar. Pode se produzir na irrupção.
Na demanda de amor, na demanda do Outro o desejo produz sua busca impossível.

(fragmento do texto Mejor Hablar, do livro Mejor Hablar, de Maria Chévez, Editorial Grupo Cero, Madrid)

Um comentário:

Mara faturi disse...

" Na demanda de amor, na demanda do Outro o desejo produz sua busca impossível'
Isso é perfeito e comunga com pensameto budista a cerca dos desejos...não é?? acho que sim;)
bjo