EM LOUVOR DO SILÊNCIO
Nesse coxim acariciante de veludo,
- o olhar extinto, o corpo inerte, o lábio mudo –
longe da luz, longe de mim, longe de tudo,
deito minh’alma que repousa em seu regaço...
E aspiro o aroma do silêncio, longamente,
- papoula rubra que adormenta o meu cansaço –
e sinto o afago do seu beijo muito quente
e a morbideza virginal do seu abraço...
Extrema-unção espiritual de quem padece...
A realidade que se esvai, desaparece,
como num sonho delicioso de morfina...
E a vida ausente, e o coração que fica mudo,
enquanto a alma fatigada se reclina
nesse coxim acariciante de veludo...
(Theodomiro Tostes, Taquari 1903 - Porto Alegre 1986)
Nesse coxim acariciante de veludo,
- o olhar extinto, o corpo inerte, o lábio mudo –
longe da luz, longe de mim, longe de tudo,
deito minh’alma que repousa em seu regaço...
E aspiro o aroma do silêncio, longamente,
- papoula rubra que adormenta o meu cansaço –
e sinto o afago do seu beijo muito quente
e a morbideza virginal do seu abraço...
Extrema-unção espiritual de quem padece...
A realidade que se esvai, desaparece,
como num sonho delicioso de morfina...
E a vida ausente, e o coração que fica mudo,
enquanto a alma fatigada se reclina
nesse coxim acariciante de veludo...
(Theodomiro Tostes, Taquari 1903 - Porto Alegre 1986)
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