domingo, 19 de julho de 2009

+ psicoanálise

MELHOR FALAR

Disso que não se pode dizer, melhor falar.
O que o analisante diz que lhe acontece de maneira nenhuma se pode confundir na escuta analítica com o que lhe acontece. O que lê a escuta analítica é o que não está dito e deve lê-lo por meio da regra que impõe um dizer.
Dizer que dará a condição consciente, pois se não há a dimensão consciente de participação do analisante no discurso não haverá a emergência do real inconsciente.
O requisito é falar. Para que se produza o real, se deve produzir um efeito de fala.
No descobrimento freudiano, a escuta é a escuta poética.
“Na escuta o imaginário universal. Na interpretação o imaginário restrito da ciência” podemos ler no livro Freud e Lacan hablados.
E para esclarecer algo se pode dizer que tanto um ato falho como um poema situam uma abertura, exigem uma escuta de um verossímil que não é da ordem da significação, se não da ordem da metáfora e da metonímia, efeitos na fala dos processos inconscientes.

(fragmento do texto Mejor hablar, do livro Mejor Hablar, Maria Chévez, Editorial Grupo Cero, Madrid, 2006)

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