SONETO DO FACHO IMÓVEL
Queimei as mãos no sol de um casario
que nem pudera revelar mais puro.
Alto, saudoso, inatingido muro,
onde com o céu rolei, num calafrio.
Brasa de estrela, crepitar macio
de facho imóvel no silêncio escuro:
sonho remoto vindo de um futuro
que muito mal nas mãos desfaço e crio.
Queimei-as na insofrida claridade
que desnudava as únicas janelas
abertas sobre o beco friorento.
Uma aflição de ausente, uma saudade
de azul perdido e flores amarelas,
restos de morte, patamar cinzento...
(Alphonsus de Guimarães Filho, do livro Antologia de Poetas Brasileiros, Volume 2,organização de Manuel Bandeira e Walmir Ayala, Editora Nova Fronteira)
Queimei as mãos no sol de um casario
que nem pudera revelar mais puro.
Alto, saudoso, inatingido muro,
onde com o céu rolei, num calafrio.
Brasa de estrela, crepitar macio
de facho imóvel no silêncio escuro:
sonho remoto vindo de um futuro
que muito mal nas mãos desfaço e crio.
Queimei-as na insofrida claridade
que desnudava as únicas janelas
abertas sobre o beco friorento.
Uma aflição de ausente, uma saudade
de azul perdido e flores amarelas,
restos de morte, patamar cinzento...
(Alphonsus de Guimarães Filho, do livro Antologia de Poetas Brasileiros, Volume 2,organização de Manuel Bandeira e Walmir Ayala, Editora Nova Fronteira)
Um comentário:
"Uma saudade de azul perdido"...lindo...
passando para fazer uma visitinha e dizer que sinto saudades;)
ósculos e amplexos quentinhos:)
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