quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

DIÁRIOS







BRECHT

março, 1921

22, terça-feira
Munique. Klette. Um homem sujo de cem marcos! Ele aceita presentes: porcentagem da firma contra a qual ele representa seu cliente, o tio de Otto. Como crítico ele recebe 100 marcos por dia para servir de figura decorativa. Como agente quer a metade, etc. Ta(rde), deito com Marianne no Grieslewildwest. A mulher maori na grama queimada da estepe, depois ela canta “Solidão do Campo” de Brahms, nunca ouvi cantar tão bem. Talvez ela case com Recht. Sem dúvida vai ficar com a criança. Eu digo a ela que deve. Às vezes eu tenho fome de frases que sejam atiradas ao vento dos loucos prazeres da carne verbal e da refinada alusão ao palco; eu, devastado pelo filme.
(do livro “Diários de Brecht - Diários de 1920 a 1922, Anotações autobiográficas de 1920 a 1954”, Organizado por Herta Ramthum, tradução de Reinaldo Guarany, Porto Alegre, L&PM, 1995, p. 73)

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