sábado, 20 de novembro de 2010

LENDO OS GRANDES POETAS



RELÁMPAGO CERO
 Miguel Oscar Menassa
  GERMÁN PARDO GARCÍA

CANTO À FORÇA SINDICAL

I

COMPANHEIROS de luta: este canto a vossa força sindical o principio
convocando desde o vermelho mais intenso de meu sangue à morte,
porque jamais sereis os construtores obreiros da vida
se ignorais como trabalham os profundos mecanismos da morte.

Assim começo este canto a vossa força sindical: desde baixo
como se enterrasse os obscuros cimentos de uma casa,
para induzi-la depois com lentidão até a altura de formosos corpos
carregados como todas as densas formas, de potencias elétricas.

Outros homens mais universais diriam este canto
com o nome do sol como insignia em suas bocas, do sol inesgotável
que satura intensamente vermes cosmogônicos
e atiça a rebelião das panteras.

Mas eu, imenso e brutal conhecedor de sombras demoníacas,
afianço-me ao escuro pó com tenacidade de nervos
e lanço este hino como ardente flor de pólvora
que desde o piso ascende à vertigem de tempestades térmicas.

(continuará)
Germán Pardo García (Colombia - 1902, México - 1991)

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