SÁBATO 15
é cega invadida por casas
celibatarias avô de tréguas
advogado com seus terremotos
e bêbado horacio
habituado a alimentar o canario
com a comida do gato
é casa aberta aos venenos
em conserva recolhidos
por um braço solitário
o mesmo braço
sob o qual adormece e lê
ou escreve um poeta
de olhos apagados
os mesmos olhos delatores
da magoa dos lençóis
desmaiados sobre o pó
o pó da sombra que atada à
sua grande boneca negra
lamenta o açúcar do pão e o
sempre dia murado funerável
Eliane Marques
(Eliane Marques é integrante da Escola Grupo Cero de Poesia, autora do livro RELICÁRIO e, com outros autores, do ARADO DE PALAVRAS- bilingue)
domingo, 24 de janeiro de 2010
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2 comentários:
é casa aberta aos venenos
em conserva recolhidos
por um braço solitário
o mesmo braço
sob o qual adormece e lê
ou escreve um poeta
de olhos apagados ...
retrato fiel a muitos momentos de muitas gentes, que em momentos repletos de varios sentimentos ou de nada, vivem estes momentos assim...
Querida Fernanda,
O poeta... se escreve através de nosso braço solitário,
e já transcendemos esta solidão.
agradeço tuas palavras neste momento,
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