sábado, 8 de agosto de 2009

verso b

II

Se já estou morto e não sei,
a quem devo perguntar as horas?

De onde tira tantas folhas
a primavera da França?

Onde pode viver um cego
a quem perseguem as abelhas?

Se acabar o amarelo,
com que vamos fazer o pão?

(Livro das Perguntas, Pablo Neruda, tradução Ferreira Gullar, Cosacnaify, 2008)

Um comentário:

Cynthia Lopes disse...

Perguntar, que coisas intrigantes de se perguntar. Fico imaginando as respostas poéticas que se podem dar...
bjs