quinta-feira, 8 de julho de 2010

LENDO OS GRANDES POETAS

EM MEU OFÍCIO OU ARTE TACITURNA



Em meu ofício ou arte taciturna

Exercido na noite silenciosa

Quando somente a lua se enfurece

E os amantes jazem no leito

Com todas as suas mágoas nos braços,

Trabalho junto à luz que canta

Não por glória ou pão

Nem por pompa ou tráfico de encantos

Nos palcos de marfim

Mas pelo mínimo salário

De seu mais secreto coração.


Escrevo estas páginas de espuma

Não para o homem orgulhoso

Que se afasta da lua enfurecida

Nem para os mortos de alta estirpe

Com seus salmos e rouxinóis,

Mas para os amantes, seus braços

Que enlaçam as dores dos séculos,

Que não me pagam nem me elogiam

E ignoram meu ofício ou minha arte.


DYLAN THOMAS (País de Gales, 1914 - Nova Iorque, 1953)

(tradução: Ivan Junqueira)

2 comentários:

Poeta Mauro Rocha disse...

Ola!! Obrigado pela visita e pelas palavras, sobre esse poeta,Dylan Thomas,bem, não há palavras.Até Bob Dylan se rendeu e pediu emprestado seu nome.

Um abraço!!

Grupo Cero VersoB disse...

É verdade, Mauro.
A poesia faz até destas coisas...

O Verso B agradece,
um abraço para ti também,