A árvore dos poemas
Quando a árvore dos poemas não dá poemas,
Seus galhos se contorcem todos como mãos de enterrados vivos,
Os galhos desnudos, ressecos, sem o perdão de Deus!
E, depois, meu Deus, essa lenta procissão de almas retirantes...
De vez em quando uma tomba, exausta à beira do caminho
Porque ningúem lhe chega ao labio o frescor de cântaro,
a doçura de fruto que poderia haver num poema.
Maldita a geração sem poetas que deixa as almas seguirem.
Seguirem como animais em estúpida migração!
Quando a árvore dos poemas não dá poemas,
Qual será o destino das almas?
Mario Quintana (a homenagem do Verso B no dia de seu aniversário - completaria 104 anos hoje)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário