terça-feira, 8 de junho de 2010

POESIA saindo do forno CERO

ATO 2

CENA ÚNICA

A TARDE SEM RELÓGIO

na tarde que nunca termina a

rosa desconhece damas

meias de seda

vestido de noiva e

vinho do porto



esquece ruínas

em seus modos de

dolores apaga e

expulsa rostos



ontem a rosa

fechou quatro

imensas portas



depois de um

incêndio qualquer

em sua boca



hoje sem rosto a

rosa descansa e

contra as paredes do poço

suas unhas são

vermelhas ausências

Eliane Marques
(do livro inédito: ROSA, uma tragédia quase brasileira.)

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