(Culturamix) |
1.
quando das feridas
se abrir a noite
saberá o grito
revém do arroio
rever seus pedaços
de nome, unhas e, bem
ao lado da vinha, marfins
essa marcha é
a fome que o peso
do corpo suporta
uvas, nunca consolo
aos elefantes da solidão
2.
na manada, tudo
tem patas cicatrizes
ossos, tem,
na garganta
o ruído da morte
oh corpo que arrasta
a poeira desse arroio,
o quê se mastiga só?
3.
a vinha,
grito que se mete
na presa das manhãs
a uva,
corcova de espinhos
raiz de navalha
corte de semente
tromba ou arroio
a menor das facas,
ainda assim, cabe na
dinastia desse homem
Eliane Marques (Integrante do Grupo de Poesia Cero)
No livro: Casa do Poeta Rio-Grandense 47 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário