O POETA
(Continuação)
III
Pele de poeta
é alumínio
entorta
mas guarda no verbo
o anti-verbo
IV
A pele do poeta
espalha carvões
desencaderna
livros
dá prurido
em pasta de documentos
seta
que deixa o presente
antes de ser fruto
V
Perder a pele
para o poeta
é fado
o poeta anda sem pele
se o constrangem
a falar por si
engancha
a pele
num grunhido
(continuará)
Armindo Trevisan (Santa Maria/RS, 1933)
(do livro: Em pele e osso, 1977)
desenho de Miguel Oscar Menassa
terça-feira, 4 de outubro de 2011
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