terça-feira, 4 de outubro de 2011

LENDO OS GRANDES POETAS

O POETA  

(Continuação)

III

Pele de poeta

é alumínio
entorta
mas guarda no verbo

o anti-verbo


IV

A pele do poeta
espalha carvões

desencaderna
livros

dá prurido
em pasta de documentos

seta
que deixa o presente

antes de ser fruto


V

Perder a pele
para o poeta
é fado

o poeta anda sem pele

se o constrangem
a falar por si

engancha
a pele

num grunhido

(continuará)

Armindo Trevisan (Santa Maria/RS, 1933)
(do livro: Em pele e osso, 1977)
desenho de Miguel Oscar Menassa

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