quinta-feira, 19 de abril de 2012
Homenagem aos nativos desta terra!
UM ÍNDIO
Caetano Veloso
Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante/
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante/
E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante/
Depois de exterminada a última nação indígena/
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida/
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias/
Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi/
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi/
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi/
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá/
Um índio preservado em pleno corpo físico/
Em todo sólido, todo gás e todo líquido/
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro/
Em sombra, em luz, em som magnífico/
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico/
Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio/
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer/
Assim, de um modo explícito/
(Refrão)
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos/
Surpreenderá a todos, não por ser exótico/
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto/
Quando terá sido o óbvio
Marcadores:
Caetano Veloso,
Índio,
Poesia Musical Brasileira
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário