quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

CADÁVER ESQUISITO


I

No dia que não existe, poetas dispensam bananas
Estoy abierta, sorda, cuidado con mis oidos
Um baú de palavras para pescar
Estou entre amantes da poesia e não sei
Caiu um poema na pia da cozinha
A paixão por escrever me faz dizer: pertenezco
As flores não estavam murchas ao entardecer

II

Mantém aberta a roda viva
Embarcações carregam amores para outros mares
os pássaros e as palavras estão voando por aqui
Estoy con una crise de identidad, no sei se
sou palabra o palavra.
Caiu em um buraco entre Argentina e Brasil,
las palabras son más lindas con otros
es el fin, todas las palabras
estan desnudas.


Cadáver Esquisito produzido no encontro de trabalho da escritura do Grupo de Poeisa do Grupo Cero Brasil, coordenado por Marcela Villavella (29/jan/2011).

Obs.: Cadáver Esquisito é um exercicio que os Surrealistas praticavam (e o Grupo Cero também pratica já que temos os Surrealistas como antecedentes) em que cada integrante do grupo escreve uma frase, ou verso, sem ler o que o outro escreveu, (passando a folha para que cada um escreva algo aí, dobrada sempre para que não se leia o já escrito) e, ao final se desdobra as dobras e se lê o escrito grupal. 
Se chama assim por ter sido Cadáver Esquisito o 1º verso do 1º poema produzido desta maneira.

Quadro de Miguel Oscar Menassa (Versos del Oriente)

Nenhum comentário: