NOITE 567
Sou o cantor, lhe disse sorridente,
não tenho nada a perder, só meu canto.
Assim que você e eu podemos nos beijar,
pisar forte na terra, voar mais alto.
Eu sei que não é decente amar a vida tanto,
que não é honesto, sincero, querê-la para mim.
Que o infinito fogo deve ser apagado,
que o inquietante desejo deve morrer.
E, no entanto, você e eu poderíamos
fundir-nos levemente no abismo,
encher todo o abismo com meu canto.
Ainda que em verdade ninguém queira isso,
viver poderíamos viver mil anos,
eu seria o cantor e tu, meu canto.
Miguel Oscar Menassa
(do livro “Las 2001 Noches”)
Escute e leia mais poemas deste livro no:
SARAU 2001 NOITES desde Menassa
em homenagem a Drummond
nesta sexta-feira às 19h
na sala Luís Cosme
na Casa de Cultura Mario Quintana
(4º andar)
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
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